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Num dia frio de outono, o mestre Java acordou irrequieto. Ele saiu sozinho para esvaziar sua mente. Logo o mestre achou-se nos portões do Templo das Três Pedras, onde a arte do ANSI C ainda era praticada. Um sábio irmão montava a guarda. “Qual é a natureza do vazio?”, perguntou o mestre. “Ele não tem natureza nenhuma”, respondeu o irmão. “Ele é o graveto apanhado pelo cachorro que não pega gravetos. Ele é a coisa apontada pela mão que aponta para coisa nenhuma. Ele é a perfeita ausência de valor”. O mestre pensou: “O Templo das Três Pedras não carece de uma guarda. Não pode haver nada de valor lá dentro”. Mais adiante ele chegou ao Templo do Céu Branco de Ferro, um lugar de teóricos onde se permitia apenas ML. No jardim árido, uma freira escrevia expressões lambda na poeira. “Qual é a natureza do vazio?”, perguntou o mestre. “Ele tem a cor do ar e o peso da névoa ascendente”, respondeu a irmã. “Quando atingido, ele emite o som de uma lua nova deslizando por detrás de uma nuvem. Toda taça vazia contém tantos quantos você desejar”. O mestre pensou: “A irmã não disse nada que seja falso mas também nada que seja verdadeiro”. Mais abaixo na estrada, o mestre chegou a uma formidável casa de campo onde uma velha mulher podava a cerca viva. “Qual é a natureza do vazio?”, perguntou o mestre. A velha mulher deu de ombros e continuou sua poda. O mestre pensou: “Aqui está a a forma mais pura da sabedoria, a menos que haja apenas a falta dela”. Eventualmente, o mestre chegou até um cemitério abandonado. “Qual é a natureza do vazio?”, perguntou o mestre. Do pátio vazio, nenhuma resposta apareceu. O mestre Java estava satisfeito. Traduzido por Matheus Santana. An excerpt from The Codeless Code, by Qi (qi@thecodelesscode.com). Provided under the Creative Commons Attribution-NonCommercial 3.0 Unported License. |